O drama dos endividados demais para se aposentar



09/09/2011


O drama dos endividados demais para se aposentar

Mais e mais americanos estão chegando aos 60 anos com tantas dívidas que não podem se dar ao luxo de se aposentar. A maioria das pessoas costumava saldar suas dívidas antes da aposentadoria. Mas como os salários mal acompanharam o aumento dos preços nos últimos 35 anos, os americanos vêm contraindo dívidas mais altas e vivendo além dos seus meios.

Agora muita gente está adiando a aposentadoria, reduzindo seu padrão de vida, ou fazendo as duas coisas.

Nessa faixa etária tem havido aumento em todos os tipos de dívidas, mas o grande problema são as hipotecas. Entre as famílias chefiadas por pessoas entre 60 e 64 anos, 39% tinham hipotecas primárias em 2010 e 20% tinham uma segunda hipoteca, incluindo linhas de crédito para aquisição de moradia, segundo o índice MacroMonitor, do grupo de pesquisas Strategic Business Insights. Isso representa um aumento em relação a apenas 22% e 12%, respectivamente, em 1994.

A crise imobiliária piorou as coisas. Alguns anos atrás, um proprietário de imóvel na faixa dos 60 anos com uma hipoteca elevada podia vender sua casa com lucro e comprar uma casa menor, ou alugar. Mas a queda no preço dos imóveis significa que muitos proprietários têm pouco capital, e alguns devem mais do que o valor de sua moradia.

As pessoas vêm tentando reduzir suas dívidas desde que começou a crise financeira, com pouco sucesso. Os americanos de todas as idades deviam US$ 11,4 trilhões no final do segundo trimestre, com base em dados do Federal Reserve de Nova York. É uma queda de cerca de 15% em relação a 2007, mas quase o dobro do que os cidadãos deviam em 1999, ajustado pela inflação e pela população.

Os americanos mais velhos também têm se esforçado para sair das dívidas nos últimos quatro anos. "Em relação ao valor de suas casas, o montante da dívida subiu, pois o preço dos imóveis caiu mais depressa do que a redução nas hipotecas", diz Christopher Herbert, diretor de pesquisa do Centro Conjunto de Estudos de Habitação da Universidade Harvard.

Muitos não têm opção se não continuar trabalhando. "Imagino que vou trabalhar até os 70 anos", diz Christine Shiber, pastora metodista de 59 anos na Bay Area, em Califórnia, que luta para pagar sua hipoteca, dívida de cartão de crédito e um empréstimo que fez dando como garantia seu pagamento de aposentadoria.

A dívida não é o único problema que pesa sobre as perspectivas de aposentadoria. As pessoas não estão economizando o suficiente. Em 2008, quatro em cada cinco domicílios com chefes na faixa dos 60 e poucos anos e com hipotecas tinham uma poupança muito pequena para saldar suas dívidas sem ter que lançar mão de suas contas de aposentadoria, segundo o economista Anthony Webb, do Boston College.

Em vez de aumentar a poupança ao chegar perto de se aposentar, período em que se costuma fazer as maiores contribuições para a conta de aposentadoria, algumas pessoas mais velhas estão parando de poupar a fim de pagar os juros de suas dívidas. E alguns que já estavam aposentados estão voltando ao trabalho porque não conseguem equilibrar as finanças.

A combinação de crédito fácil, juro baixo e uma cultura orientada para o consumo ajudou a alimentar uma farra de gastos para os americanos, até a crise financeira. Hoje as pessoas com problemas não são apenas as que tomaram empréstimos de alto risco, ou gastaram tolamente levando um estilo de vida luxuoso. São pessoas de todas as camadas da população, incluindo algumas com renda anual de seis dígitos.

"Entramos numa mentalidade que diz 'Tudo bem ter dívidas', e vai ser muito difícil sair dela", diz o planejador financeiro Greg Heller, da firma Heller Capital Resources, de Los Angeles, que diz que tem clientes abastados na faixa dos 50 anos com graves problemas.
Em Valor Econômico




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