OCDE sugere subsídios para estimular crédito de longo prazo



09/09/2011


OCDE sugere subsídios para estimular crédito de longo prazo

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sugere que o governo brasileiro dê subsídios para os bancos comerciais serem estimulados a fazer financiamentos de longo prazo para a economia, juntando forças com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A entidade dos países ricos, com sede em Paris, fez esta semana um exame da política econômica do Brasil. O país não faz parte da OCDE, mas participa ativamente de vários comitês. Por isso, sua economia foi agora alvo da quinta avaliação.

De maneira geral, a entidade considera que a economia brasileira mantém bons fundamentos e estabilidade, e que está na hora de dar um passo à frente para aumentar o nível de investimentos e desenvolver os mercados de capital de longo prazo.

Nesse cenário, a OCDE sugere que pode ser necessário algum subsídio temporário para os bancos entrarem nas linhas de financiamento de longo prazo. Assim, essas linhas teriam competitividade, sem tirar o BNDES de seu papel tradicional. A OCDE normalmente é contra subsídios.

"Há reconhecimento da boa situação da economia brasileira, que permitiu dirigir o debate para temas estruturais de mais longo prazo", afirmou o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Carlos Márcio Cozendey, que chefiou a delegação brasileira.

Certos banqueiros brasileiros também consideram que o sistema financeiro está mudando seu papel no Brasil para acompanhar as demandas da economia, agora voltadas para financiamento de longo prazo. A expectativa nos meios bancários é que até o ano que vem sejam definidas as condições para que o setor financeiro, que tem captação muito curta, possa ter captação de prazo mais longo e financiar também por um período maior.

As discussões com o governo vão na direção da criação de um mercado secundário, ajustes na questão tributária, a indexação ao Certificado de Depósito Interfinanceiro e a criação de bônus de longo prazo.

Na OCDE, houve discussão também sobre se o Brasil continua na rota da consolidação fiscal. A entidade recomenda que o país introduza Orçamento plurianual em vez de anual. Na verdade, o país tem metas multianuais, mas não são obrigatórias.

A entidade recomenda que o Brasil adote metas de superávit nominal, em vez de superávit primário. O superávit nominal é a medida mais completa, incluindo a conta de juros e representando a necessidade total de financiamento do setor público. A OCDE admite, porém, que isso não é factível no curto prazo, mas talvez no médio prazo.

A projeção de inflação de 6,6% que a OCDE fez para este ano causou controvérsia. A delegação brasileira contestou. A entidade indicou que fará uma nova previsão nas próximas semanas, com taxa mais baixa.

Na área social, a OCDE recomenda ao governo brasileiro a extensão do Bolsa Família a mais pessoas, por considerar o mecanismo eficiente. A delegação brasileira respondeu que o programa Brasil sem Miséria, lançado pela presidente Dilma Rousseff, fará isso.
Em Valor Econômico




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