Mantida interdição parcial de homem em razão de transtornos psíquicos e dependência química



06/10/2011


A decretação de interdição parcial é medida cabível para pessoa portadora de transtorno de ordem psíquica e dependência química, com características de prodigalidade (pessoa que dilapida o patrimônio pessoal e familiar), que a incapacitem parcialmente para os atos da vida civil. Com base nesse entendimento, os integrantes da 7ª Câmara Cível confirmaram sentença proferida em 1ª Instância. A interdição é mecanismo de proteção do incapaz e visa a atender suas necessidades, ainda que momentaneamente.

Caso

O apelante recorreu ao Tribunal contra a sentença que julgou parcialmente procedente ação de interdição que decretou sua interdição parcial, limitada aos atos de administração e de alienação do patrimônio, nomeando-lhe curadora sua genitora que é, também, a autora da ação de interdição.

Em suas razões, ele alega ser plenamente capaz para os atos da vida civil e, mesmo sendo portador de problemas de saúde, afirma estar apresentando progressos. Atribui a origem dos transtornos de que é portador à educação negligente recebida na infância e ressalta que, com o tratamento a que vem se submetendo, há possibilidades seguras de reintegração social. Insurge-se contra a nomeação da genitora como curadora, e requer a reforma da sentença.

Apelação

No entendimento do relator da apelação, Desembargador André Luiz Planella Villarinho, a prova nos autos é conclusiva no sentido de que o autor é portador de transtorno mental e de comportamento decorrente do uso de canabonoides e de cocaína (e sua forma de crack); transtorno orgânico de personalidade; transtorno fóbico-ansioso, não especificado; transtorno de personalidade emocionalmente instável, tipo borderline; transtorno de personalidade antissocial; transtorno de personalidade paranoide; e transtorno afetivo bipolar.

Embora haja nos autos atestado médico dando conta de que, naquele momento, o apelante apresentava plenas condições para reger-se, assim como a seus bens, de forma adequada, a prova pericial produzida, assim como os estudos sociais presentes nos autos, prevalecem no sentido de atestar a incapacidade parcial do demandado, diz o voto do relator.

Vale ressaltar que, seis meses antes, o mesmo médico psiquiatra atestou que o apelante era incapaz total e definitivamente para o trabalho, acrescenta. Tal documento vem ao encontro da avaliação psiquiátrica, que concluiu pela incapacidade relativa e temporária para os atos da vida civil, sugerindo que o requerido submeta-se a um plano terapêutico prolongado, com exigência de que se abstenha de forma absoluta do uso de drogas, sob orientação de seu curador, pelo período de três anos.

Participaram do julgamento, além do relator, os Desembargadores Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves e Roberto Carvalho Fraga.

Fonte: TJ/RS

 

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