Crise faz aniversário e mostra seu lado fiscal



12/09/2011


Crise faz aniversário e mostra seu lado fiscal

A semana não é uma semana qualquer. O período guarda a efeméride de eventos que marcaram a história do mundo e que têm seus desdobramentos sentidos até hoje. São fatos que ainda mexem com o imaginário coletivo e não é incomum traçar paralelos quando o planeta atravessa datas tão célebres como os ataques terrorista de 11 de setembro de 2001 - com uma década completada ontem -, e a quebra do Lehman Brothers em 15 de setembro de 2008.

Passados três anos do colapso do sistema financeiro os mercados se agitam temendo evento semelhante. O gatilho agora não é a crise das hipotecas subprime e seus derivativos tóxicos. Mas sim os países europeus, notadamente a Grécia e outras economias periféricas, que não conseguem lidar com o elevado endividamento.

De fato, esse momento de crise é apenas um desdobramento do episódio de três anos atrás. De forma simplificada, os países saíram correndo para salvar os bancos e o sistema financeiro. Mas agora precisam de alguém que os salvem.

Dólar subiu pelo sétimo dia e mira linha de R$ 1,70

Interessante que os algozes dos estados soberanos são os mesmos "mercados" que foram salvos da desgraça total causada pela própria ganância, acusações de fraudes e certa leniência dos órgãos reguladores.

Curioso pensar, também, que um país com um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 300 bilhões põe em xeque uma união monetária pensada e costurada por décadas e mesmo o sistema financeiro de boa parte do mundo.

Na sexta-feira, o calote grego foi o assunto nas mesas e o temor continuou pautando a tomada de posição mesmo depois de o governo negar tal possibilidade e reafirmar seu compromisso com a "implementação completa" dos termos acertados em julho, necessários ao recebimento de nova rodada de recursos do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O ministro das Finanças da Grécia, Evangelos Venizelos, falou em uma "onda organizada de rumores sobre o default da Grécia". Chamou isso de um "jogo de mau gosto, especulação organizada".

Mera especulação ou não, o fato é que o mercado encerrou a sexta-feira vendo a Grécia como um país quebrado. Esse foi o recado extraído do mercado de Credit Default Swap (CDS, espécie de seguro contra calotes). Pelos valores dos títulos, a probabilidade de um default da Grécia já estaria em 100%.

O mercado local não se safou desse novo episódio de desconfiança, que derrubou bolsas e ações do setor financeiro, deu fôlego ao dólar e restringiu a liquidez no mercado interbancário europeu.

No câmbio brasileiro, o dólar comercial subiu pelo sétimo dia seguido, algo que não ocorria desde janeiro de 2010. A moeda subiu 2,60% na semana e fechou a R$ 1,678. As análises gráficas sugerem que o próximo objetivo está no R$ 1,70, marca não vista desde dezembro do ano passado.

E pensar que cerca de 40 dias atrás, a moeda rondava a linha de R$ 1,53. Nesse período, o preço da moeda subiu 9,17%. Em 2011, o dólar passou a cumular ganho de 0,72%.

Queda expressiva, também para o euro. A moeda comum europeia voltou a cotações não vistas desde fevereiro, na faixa de US$ 1,36. Na semana, o euro perdeu quase 4%.

No mercado futuro de juros, as taxas futuras voltaram a cair. Afinal de contas, foi vislumbrando esse caos externo que o Banco Central (BC) cortou a taxa básica da economia em 0,50 ponto percentual, a 12% ao ano.

Resumindo bem a questão, o vice-presidente de tesouraria do Banco West LB, Ures Folchini, aponta que mesmo que você discorde do BC, o fato é que ele vai reduzir os juros. "Você pode não acreditar nele, mas é isso que ele vai fazer", diz.

O sócio-gestor da Leme Investimentos, Paulo Petrassi, aponta que é muito arriscado ficar "comprado" em juros, pois a cada notícia negativa sobre a conjuntura externa as taxas caem.
Em Valor Econômico




Aprovação para cadastro reserva não garante contratação pela Petrobras
Herdeiras poderão ser indenizadas por acidente sofrido por trabalhador autônomo
Lavador de carro consegue vínculo de emprego com locadora
Cobrança de frete de transporte terrestre prescreve em um ano
Distribuidora de energia deve pagar indenização a esposa e filha de vítima de descarga elétrica


Mídia Marketing Direcionado - 2010
Willian Dias