'Private equity' avança para interior do país



19/09/2011


Em um mercado cada vez mais competitivo após a maciça entrada de recursos e gestoras estrangeiras no país, os fundos de private equity - que compram participações em empresas - intensificaram os investimentos fora dos grandes centros. O objetivo é buscar boas oportunidades a preços mais atrativos e escapar da concorrência.

Alguns dos maiores negócios anunciados este ano, como a compra de 50% do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) pelo Advent, aconteceram fora do eixo Rio-São Paulo. Mas fundos que buscam aquisições de empresas de menor porte também estão mais ativos no processo de diversificação geográfica. O Valor apurou que pelo menos um novo negócio com essas características deve ser anunciado esta semana por uma gestora nacional.

Apesar do maior interesse, os investimentos dos fundos no interior ainda têm grande espaço para crescer. Dados da gestora Ocroma apontam que 89% dos negócios realizados no ano passado foram concentrados nos dois principais estados do país.

Mas essa realidade já começa a mudar. Conhecida por investimentos na área de tecnologia, como a CPM Braxis e, mais recentemente, no Grupo Mtel, a Alothon Group foi encontrar uma das companhias que compõem atualmente o portfólio, que gira em torno de US$ 300 milhões, em Pelotas, no interior gaúcho.

Segundo Ettore Biagioni, sócio da Alothon, que possui um escritório em Porto Alegre, a perspectiva de crescimento da demanda por produtos de alimentação saudável levou o fundo a investir no início deste ano na Irgovel, fabricante de óleos e produtos derivados do farelo de arroz.

Mesmo fundos que já possuem atuação regional agora gastam mais sola de sapato para fechar negócio. A CRP Companhia de Participações, tradicional gestora com foco em aquisições na Região Sul, viajou 500 quilômetros de Porto Alegre a Santa Maria, no interior gaúcho, para fechar um aporte na Camera, que atua em soja, trigo e milho. "Existem empresas grandes, com faturamento na casa de R$ 1 bilhão, que ainda estão longe da indústria de private equity", afirma Clovis Meurer, sócio-diretor da CRP.

A Rio Bravo, pioneira em investimentos no Nordeste, estuda partir para a captação de um terceiro fundo dedicado à região. Os dois primeiros, voltados a aquisições de empresas de menor porte, levantaram o equivalente a R$ 160 milhões e ainda devem realizar mais dois investimentos.

Já com o novo fundo, a intenção é assinar cheques de valor maior, segundo Luiz Medeiros, gestor da Rio Bravo. "Já identificamos oportunidades que não pudemos concretizar por conta das limitações dos fundos atuais", diz o gestor. A presença com um escritório no Nordeste é um diferencial da instituição em relação aos concorrentes que começam a chegar à região, segundo Medeiros, que participou na semana passada do evento Private Equity World, em São Paulo.

Uma das apostas da Rio Bravo é a cearense T&A, empresa de pré-fabricados de concreto, processo que permite acelerar o tempo de execução das obras. Não por acaso, a empresa foi contratada para executar o projeto da Arena Fonte Nova, em Salvador. "A obra precisa ficar pronta para a Copa das Confederações, em 2013", lembra o diretor de operações da T&A, Aquiles Ponte.

A previsão é de que a companhia registre faturamento de R$ 250 milhões este ano, um aumento da ordem de 60% em relação a 2010. "Não é impossível dizer que dentro de quatro ou cinco anos a receita chegue a R$ 1 bilhão", projeta Medeiros.

A ida para o interior também é alternativa de fundos menores, como a Trivella Investimentos, que aposta na agilidade para identificar negócios no interior paulista e Norte do Paraná. "Um cheque de R$ 2 milhões a R$ 5 milhões na hora certa pode fazer a diferença para uma empresa dar um salto de qualidade", ressalta Jon Toscano, sócio da gestora.

Com R$ 40 milhões de patrimônio, a Trivella, que também tem como sócio Marcel Malczewski, cofundador da empresa paranaense de automação comercial Bematech, tem planos ambiciosos de alcançar os R$ 400 milhões sob gestão nos próximos 12 meses. Para isso, aposta também no crescimento da área de fundos imobiliários no interior, por meio de parcerias com empreendedores locais.

Fonte: Valor Econômico




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