Pequena empresa ganha espaço na carteira dos planos



13/09/2011


Pequena empresa ganha espaço na carteira dos planos

Planos de saúde traçam estratégias para empresas de pequeno porte, que vêm ganhando participação mais relevante, em especial nos últimos três anos, nas carteiras de grandes operadoras como Bradesco Saúde, Unimed Rio, Sul América e Golden Cross.

Com o aumento de escala, as operadoras puderam dimensionar de maneira mais precisa o risco da pequena empresa. Esta clientela já se beneficia de carências e custos menores do que planos vendidos a pessoas físicas e começa a ter produtos desenhados especificamente para seu perfil.

A Bradesco Saúde lançou recentemente o plano Flex. Foi moldado para abrigar de 4 a 29 vidas seguradas por contrato, mas é o primeiro do gênero em que a Bradesco oferece cobertura em todo o território nacional. O preço, segundo o presidente da Bradesco Saúde, Marcio Coriolano, é em média 25% inferior ao que estava sendo cobrado de uma microempresa que quisesse comprar um plano tradicional, com a mesma cobertura, no início do ano, por exemplo.

O Flex é resultado da articulação do plano de saúde regional Perfil à rede nacional da Bradesco. "Há três anos, todos os nossos produtos tinham cobertura nacional, aí a gente percebeu que havia espaço para um produto regional [o plano Perfil]. A gente construiu rede própria, baixou o custo em 30%, criou centros de excelência, negociou com hospitais de referência", disse Coriolano. Em pouco tempo, a carteira cresceu e o Perfil chegou a nove regiões metropolitanas. Com essa abrangência, foi só articular essa rede à nacional para criar o Flex. Hoje, as micro e pequenas empresas representam 21% da carteira da Bradesco.

Para Cristiano Caruso, sócio de uma franquia da pizzaria Domino's no Centro do Rio, o plano regional veio a calhar. Era a chance de oferecer aos funcionários um plano de saúde a um custo viável e, assim, reter talentos. "O salário que o negócio de fast food paga não estava sendo suficiente. A gente entendeu que o diferencial era dar benefícios", contou ele. Para Caruso, seria difícil competir com a explosão da construção civil, por exemplo, que chega a pagar mais de 60% acima do piso no segmento do seu comércio.

Atualmente, somadas mais duas lojas, Caruso tem 52 funcionários no plano de saúde. Os funcionários pagam 20% do valor da mensalidade do plano e a empresa arca com o resto. Há casos, relata ele, em que, com alguns beneficiários na família, um funcionário que ganha cerca de R$ 600 por mês paga R$ 200 em plano saúde. Com a família coberta, dificilmente ele troca de emprego, mesmo que para ganhar bem mais. Para o microempresário, o custo por funcionário não sobe mais do que 20%.

Bem menos do que teria que oferecer para cobrir um salário oferecido por uma construtora. Benefícios como esse não costumam ser exigidos pelos franqueadores, mas são sugeridos. "Eles dão o direcionamento, mas quem decide é a gente", diz Caruso.

É nesse direcionamento que aposta a Unimed Rio. Não só nas franquias, mas em qualquer elo que ligue os segurados e permita uma análise em grupo. Da carteira de 850 mil clientes, a operadora carioca tem 105 mil vidas cobertas nesse tipo de contrato. Neste ano, com a sua força de vendas voltada prioritariamente para o mercado de micro e pequenas empresas, o número vem crescendo a uma razão de 3 mil vidas por mês, ou 30% de todo a contratação da operadora, conforme a gerente-executiva da área Corporativa, Adriana Abrantes. Segundo ela, graças a essa avaliação de risco em grupo o plano já sai até 40% mais em conta do que para uma pessoa física.

Na visão da SulAmérica Saúde, se engana quem pensa que quem entra por essa porta é somente a classe C. Segundo o diretor de Operações, Marco Antunes, esses clientes chegam por meio do crescimento do emprego formal, em grandes companhias. Com preços diferenciados para cada região do país, a SulAmérica vê muitos dos clientes que chegam para se somar a esse segmento vindo processos de terceirização, que transforma profissionais liberais em empresários de setores em franca expansão, como petróleo e gás. Com isso, a participação desse grupo na carteira dobrou em relação a cinco anos atrás, quando equivalia a 5%.

Na Golden Cross, o salto foi maior, devido à baixa relevância do segmento na estratégia da operadora no passado recente. De menos de 14 mil vidas em 2006, o grupo bateu a marca dos 150 mil em agosto. As pequenas empresas equivalem a 17,5% da carteira. "Sem dúvida nenhuma, o mercado foi, em função da própria concorrência, estimulado a crescer. Hoje, a carteira de pequenas e médias vem se mostrando bem interessante", afirmou Cláudio Brabo, diretor Comercial e de Marketing da Golden Cross.

Em Valor Econômico




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